terça-feira, 13 de novembro de 2018

Superando bloqueios

Muitas vezes o universo nos presenteia com situações que nos tiram totalmente da zona de conforto e somos forçados a encarar nossos medos e bloqueios mais profundos.
Vibrar na zona do medo pode ser paralisante e, em certas ocasiões, o nível de stress ao qual somos submetidos é tão intenso que todo nosso combustível emocional se esgota.

Morar e trabalhar em outro país é um grande sonho que representa, ao mesmo tempo, uma enxurrada de desafios, como a comunicação em outro idioma, compreensão de uma nova cultura, estar longe da família, dos amigos e, enfim, se perceber essencialmente isolado.

Até mesmo as atividades mais banais como a ativação dos serviços de água, energia elétrica, gás, contratação de internet para o celular e para a residência, abertura de conta bancária, declaração do imposto de renda, abertura de pessoa jurídica, noções de contabilidade, separação do lixo e disponibilização para coleta de acordo com as normas locais, receber o técnico para limpar o sistema de calefação, avisar o proprietário do imóvel alugado que suas lâmpadas queimaram e será necessário buscar a escada para desparafusar os lustres, decidir se avisa para a imobiliária que algum vizinho começou a descartar o lixo de forma inadequada gerando a posibilidade de multa para o condomínio,  dentre outras, podem parecer confusas e até perturbadoras.

Mesmo tendo lido a respeito dessa parte burocrática anteriormente, sou uma pessoa preferencialmente introvertida e algo que me ajuda nesses momentos de indecisão e frio na barriga, para suportar a compreensão de que na prática, só podemos contar com nós mesmos para resolver as situações e movimentar a engrenagem da vida, é treinar ainda mais a capacidade de auto observação.

Isso envolve, como sempre, respirar de forma mais consciente e profunda por algumas vezes, percebendo o movimento do corpo enquanto o ar entra e sai dos pulmões.
Além disso, mesmo durante sensações ou emoções desagradáveis, adotar uma postura de observador e procurar se perceber mesmo no meio do drama. Notar, por exemplo, como os olhos e os pulmões ardem e o rosto tende a se contorcer logo antes de escorrerem lágrimas, como as estranhas se contraem e o coração acelera quando estamos com medo, como a garganta pulsa quando queremos falar algo e somos impedidos de nos expressar por alguma razão.

O mesmo pode ser aplicado para notar como o tórax parece se expandir e o coração bate com força quando experimentamos sentimentos de contentamento ou empatia, como os ombros e o maxilar relaxam quando experimentamos sensações de plenitude, como a coluna parece até esticar quando nos percebemos gratos por algum acontecimento, como os lábios e o canto dos olhos possuem a tendência de relaxar quando experimentamos o sentimento de realização.

Isso nos ajuda, aos poucos, a compreender melhor nossos padrões mentais de fuga da dor e busca pelo prazer. Estar fora da zona de conforto é uma grande chance para finalmente superar certos medos e bloqueios.

De acordo com a filosofia oriental, há um entendimento no sentido de que inexistiria caminho fácil. Isso nos mostra a importância de aplicar filtros de percepção elevados, mesmo diante das situações de dor ou frustração, pois os desafios e os momentos de sofrimento representam oportunidades de transformação e crescimento profundos, quando poderemos olhar para nossas sombras de forma honesta e transparente, jogando luz mesmo em nossas partes mais obscuras.







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